quarta-feira, 7 de dezembro de 2022

Lançamento da obra de Julia Portes promete agitar Livraria da Travessa em Ipanema

 

              

O Céu no meio da cara é o primeiro livro da atriz e roteirista



            A  Atriz e roteirista Julia Portes lança o livro " O Céu no Meio da Cara ", da editora Nau, na Livraria da Travessa, em Ipanema, na segunda-feira, 12 de dezembro, às 19h.


         No lançamento a atriz Soraya Revene e o professor e performer Caio Riscado farão uma leitura de trecho do livro inédito da autora.

           A autora Julia Portes, também participará da breve leitura com a atriz Soraya Ravenle e o performer e professor Caio Riscado, este último responsável pela orelha do livro.



         Júlia Portes é formada em Artes Cênicas pela Universidade Cândido Mendes. A roteirista e escritora começou no Teatro em 2004, entrando para a escola de teatro O Tablado de Maria Clara Machado. A atriz fez sua estreia no cinema com o filme de Domingos de Oliveira, “O Primeiro dia de um ano qualquer”.


             A atriz também já ganhou prêmios de melhor atriz e melhor texto com o monólogo de sua autoria “É Sobre Você Também” , no Festival de Teatro do Rio com o espetáculo e foi indicada a melhor atriz e melhor espetáculo no Festival Niterói em Cena.


          Em Julho de 2017, estreou a peça “É Sobre Você Também” na Casa Rio e ficou em cartaz nos meses de agosto, setembro e outubro. Em novembro de 2017, entrou em cartaz com a peça “Essa coisa que a gente não sabe o que é, mas desconfia” também de autoria da atriz e direção de Ignácio Aldunate no teatro Café Pequeno. A peça ficou em cartaz até Janeiro de 2018 e reestreou em Abril no Teatro Sérgio Porto.


          “ Em seu livro de estreia, Júlia Portes nos surpreende com uma prosa frugal e envolvente, capaz de fazer rir e chorar sem virar a página. A narrativa dramática e dinâmica vai descortinando detalhes e segredos das histórias de vida de mulheres unidas pelo laço mais primário da espécie humana: a maternidade. Com humor ácido e irreverência corajosa na abordagem de temas tabu, é um entretenimento garantido enquanto cala sério em sua busca pelo significado das experiências. " , revela Caio Riscado.


           " Escrever tem sido tentar encontrar os gestos. descubro um gesto e todo o entorno vai se montando. é delicado, mas exige um esforço danado. Esta é minha grande notícia: escrevi um livro durante o ano de 2021. é mentira. todas essas palavras estão sendo escritas desde antes de eu estar aqui nesse corpinho, nesse mundo. eu coletei, fui anotando e montando o enredo. são 3 vozes, 3 personagens, uma delas fala apenas através das outras. Quero tanto que as pessoas leiam, quero ler pra todo mundo. estou radiante, nunca experimentei uma alegria tão grande como a de colocar palavras no mundo. Um dos gestos desse texto é um velório e dedico a todas as pessoas que não puderam ter os seus velórios nesse período. " conclui a escritora Julia Portes


      O lançamento do livro "O Céu no Meio da Cara” acontece livraria da Travessa, de Ipanema, às 19h, no dia 12 de dezembro, de 2022. Às 19:30 a autora, Soraya Ravenle e Caio Riscado farão uma leitura e bate-papo com o público.

            



RELEASE – LANÇAMENTO

O CÉU NO MEIO DA CARA

  

Autor: Júlia Portes

Número de páginas: 92

ISBN: 978-65-87079-87-5

Editora: NAU Editora

Formato: 12,5 x 18,5 cm

Acabamento: Brochura

Preço de capa: R$ 45,00

1ª edição, 2022

Peso: 114 g

 

" Em seu livro de estreia, Júlia Portes nos surpreende com uma prosa frugal e envolvente, capaz de fazer rir e chorar sem virar a página. A narrativa dramática e dinâmica vai descortinando detalhes e segredos das histórias de vida de mulheres unidas pelo laço mais primário da espécie humana: a maternidade. Com humor ácido e irreverência corajosa na abordagem de temas tabu, é um entretenimento garantido enquanto cala sério em sua busca pelo significado das experiências.


Podemos dizer que O Céu no meio da cara é um tipo de Memento mori à brasileira. A partir de uma ética vitalista, trata da ferida aberta da condição humana (ou mais exatamente, da condição das mulheres), numa sociedade em que o arcaico patriarcal e o feminista libertário compartilham a mesma carga genética através das gerações.

“A ideia de ter o céu no meio da cara só pode ser suportada por aquelas que se percebem dispostas não só para as mudanças naturais das estações, mas também para os rompantes inexplicáveis do tempo. A vida, essa coisa triste-linda, além de se orientar pelas transformações esperadas, como o ganho de idade, por exemplo, está cheia de canais em que a programação foi suspensa. São esses episódios que foram cancelados por motivos diversos, que não ganharam o grande público e permaneceram no interior das relações miúdas, que Júlia Portes observa e, assim como Carmelita, narra com mãos fortes que parecem mais velhas do que ela.

Na trama – e aqui a palavra não sugere somente a sucessão de acontecimentos que constituem a ação da obra – acompanhamos duas personagens que insistem em fazer do passado uma espécie de bússola para reprogramar o presente. Na trama, ou seja, na doença enrolada dos fios, na atividade obsessiva de encontrar os nós (por prazer de se ver presa neles) para, em seguida, confiar nos problemas, é que somos apresentadas a um conjunto de memórias que só é possível porque supera o nostálgico lugar da lembrança. Nesse sentido, Laura e Carmelita, neta e avó, amarram mais do que desatam, contam do que já foi para sinalizar, sobretudo, que não há futuro sem recuo. A memória, então, ganha contornos de um contratrabalho: exercício de elaborar listas do que se perdeu, mas não para lamentar. Ao contrário, para localizar o que ainda pode ser perdido no “aqui e agora” que se multiplica.

A morte, essa coisa apavorada-calma, desencadeia nas personagens um falatório que termina por revelar aquilo que fingimos não ver: sua inesgotável potência de vida. A filha Marília, a cidade de Manduim, os palhaços, o mar, corpos e paisagens que são continuamente maquiados para preencher os buracos do que escapa, mas não some. O céu no meio da cara porque os defuntos continuam iluminados. São como estrelas: objetos distantes, mas, ainda assim, brilhantes. Em seu livro de estreia, Júlia Portes escolhe palavras como quem manipula pincéis, colore as páginas à procura do desenho de um rosto: uma imagem conhecida e, ao mesmo tempo, assustadora; como quem, feito Mirinha, sabe que o limite da pele é o mundo.”


Caio Riscado
Professor, pesquisador e performer



SOBRE A AUTORA:

Júlia Portes é atriz e roteirista. Formada em Artes Cênicas, escreveu e atuou nas peças: “É sobre você também” – que lhe rendeu os prêmios de melhor texto e melhor atriz no Festival de Cenas do Rio –, “Felizes mortos” e “Essa coisa que a gente não sabe o que é mas desconfia”. É integrante do núcleo de criação e pesquisa Brecha. Seu trabalho mais recente com o grupo foi a peça-filme “Já não somos doces”, realizada através da Lei de Incentivo Aldir Blanc. Júlia ministra oficinas de criação e escrita e já esteve em mesas de criação de roteiro. Este é seu livro de estreia.



Mais informações:

https://naueditora.com.br/

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